O juiz federal Bruno Leonardo Câmara Carrá, titular da 16ª Vara, em Juazeiro do Norte – CE, determinou, no último dia 22 de junho, o afastamento de cinco dos seis policiais rodoviários federais envolvidos na “Operação Alcatéia”. Os policiais, acusados de receberem “propinas” de condutores de veículos, ficarão afastados do exercício de seus cargos e funções na Polícia Rodoviária Federal (PRF) até o término da instrução processual da Ação de Improbidade Administrativa movida pelo Ministério Público Federal.
Os afastados são: Webster Barbosa da Silva, César Luís Monteiro Gaspar, José Wellington Bandeira de Almeida, Moacir William Nogueira Sá e Nestor de Matos Sampaio. O juiz considerou que não existiam ainda provas suficientes para o afastamento do sexto policial acusado: David Turgot Moreira de Oliveira. A decisão teve como base a análise de interceptações telefônicas, autorizadas judicialmente, que mostram claramente o esquema de corrupção. Conversas gravadas nos telefones públicos instalados nos postos da PRF de Icó e Jaguaribe revelam que normalmente eram exigidos entre R$ 100,00 e R$ 300,00 em troca da não aplicação de multas e em casos considerados mais graves esse valor chegava até a R$ 600,00.
O inquérito policial foi instalado no final do ano de 2005 para apurar crimes de corrupção praticados por policiais rodoviários federais com atuação em Milagres, Icó e Jaguaribe. As investigações envolveram quebras de sigilo telefônico e bancário de possíveis envolvidos e culminaram, no dia 15 de junho de 2007, na prisão temporária de seis policiais rodoviários. Eles ficaram detidos durante cinco dias para que as buscas, apreensões e apurações de provas não fossem prejudicadas pelos réus. Além dos seis policiais, também são réus: o zelador Afonso Dantas Belém, que fornecia sua conta bancária para o depósito das “propinas” e a diretora da Ramos Transportadora, Maria Pereira Alves, que negociava constantemente pagamentos aos policiais.