A Justiça Federal do Ceará (JFCE) conquistou destaque no Prêmio Margarida 2024, na categoria “Boas práticas de equidade de gênero no Poder Judiciário”, com o projeto Fortalecendo Lideranças Femininas (FLIF), idealizado pela juíza federal e diretora do foro, Gisele Chaves Sampaio Alcântara. A cerimônia de premiação ocorreu nesta quarta-feira, 5 de setembro, no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), e foi conduzida pelo presidente da Corte, desembargador federal Fernando Braga.
Durante a cerimônia, a juíza Gisele Sampaio destacou a motivação pessoal que a levou a desenvolver o projeto: “A maioria das pessoas mais competentes com quem eu já trabalhei e ainda trabalho eram e são mulheres, mas a maioria delas padecia de uma espécie de cegueira seletiva, que as impede de enxergar a si e aos seus feitos com o valor que eles de fato têm”. O projeto surgiu, assim, de um desejo profundo de mudar essa realidade, incentivando a valorização do potencial feminino no serviço público.
FLIF – O projeto visa criar um ambiente favorável para o surgimento e fortalecimento de lideranças femininas no âmbito da JFCE, oferecendo suporte em três eixos principais: mentoria, intraempreendedorismo e capacitação. A iniciativa busca estimular novas líderes entre servidoras e juízas, garantindo um espaço de apoio para que essas mulheres possam assumir e se manter em cargos gerenciais de forma saudável e segura.
Desde a sua criação, o FLIF já resultou em mentorias que impulsionaram gestoras da JFCE. O projeto inclui, ainda, o Laboratório de Inteligência Feminina (LIFE), um espaço onde projetos liderados por mulheres são acolhidos e desenvolvidos. De lá, saíram projetos como o “Saberes Literários” e a condução de círculos de justiça restaurativa para gestão de conflitos. Recentemente, o projeto iniciou sua segunda edição de formações internas voltadas às mulheres em posição de liderança na Seção Judiciária.
Premiação – O Prêmio Margarida, inspirado na trajetória da desembargadora federal emérita Margarida Cantarelli, tem como objetivo reconhecer e homenagear iniciativas que promovam a equidade de gênero no Judiciário e em outras instituições da 5ª Região. A premiação destaca a relevância de ações que buscam equilibrar a participação feminina em espaços de poder, valorizando práticas inovadoras e transformadoras.
Além da juíza Gisele Sampaio, outras vencedoras do prêmio deste ano incluem a juíza Adriana Cavalcanti Magalhães Faustino Ferreira (TRE-RN) e a juíza federal Katherine Bezerra Carvalho (SJPB) em conjunto com Andréia Silva Maia, do SICOOB Judiciário. Cada projeto premiado reflete um compromisso com a construção de um serviço público mais inclusivo e equitativo.