A Justiça Federal no Ceará (JFCE) realizou ontem, 17/12, uma ação solidária na Praça Murilo Borges, em Fortaleza, voltada às pessoas em situação de rua. A iniciativa, liderada pela Central de Mandados de Fortaleza com o apoio do Núcleo PopRua Jud da Seção Judiciária do Ceará e do Sindicato dos Servidores da Justiça Federal do Ceará (Sintrajufe/CE), arrecadou doações de roupas leves, lençóis e itens de higiene pessoal.
As doações foram entregues durante o evento, que também contou com apresentações culturais, como o coral Encanto da Rua, a palhaça Lady Déa e o mágico Goldini. Além disso, foram oferecidos atendimento médico e veterinário e distribuídas 300 refeições preparadas com o apoio de doações em dinheiro feitas por voluntários.
Teatro PopRua
Um dos momentos marcantes foi a estreia do Teatro PopRua, com a participação da servidora Andréa Araújo Rocha no papel de Maria Bonita. A peça apresentou a trajetória de uma mulher em situação de rua que conseguiu acesso ao Benefício Assistencial e retornou para ajudar outros a conquistarem seus direitos. A iniciativa integra os esforços para alcançar a Meta 9 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que visa fomentar ações de cidadania para populações vulneráveis.
A juíza federal Paula Emília, integrante do Comitê PopRua do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), destacou a importância do evento: “A Justiça foi literalmente à praça. Perceber a alegria e o sentimento de acolhimento das pessoas atendidas foi o ponto alto da noite. A Justiça Federal mostrou que é uma casa de todos, promovendo dignidade e cidadania. É muito simbólico que juízes servidores tenham saído do prédio da justiça e ido para a praça conversar com os moradores de rua. Para além da expressão mais genuína do espírito natalino, é um simbolismo que revela o sentido do movimento PopRua JUD.”
Já o juiz federal Emanuel Guerra, coordenador do Comitê PopRua da SJCE, reforçou o compromisso do Judiciário com a inclusão social: “É fundamental enxergar esse público a partir dos direitos que lhes são historicamente sonegados, como o acesso a benefícios sociais, à saúde, à moradia, à educação e à justiça. Momentos como o de ontem nos ajudam a enfrentar preconceitos e a dar visibilidade às suas necessidades e potencialidades, reafirmando que essas pessoas são sujeitos de direitos e devem ser tratadas com dignidade e respeito”, e concluiu: “Essas iniciativas demonstram que a Justiça está atenta às demandas da sociedade, promovendo direitos e enfrentando preconceitos. Nosso papel vai além do julgamento de processos; é contribuir para uma sociedade mais justa e inclusiva.”