Parceria visa promover capacitações de voluntários e mediação de conflitos
Na manhã de hoje (23), a Justiça Federal no Ceará (JFCE) e a Cáritas Arquidiocesana de Fortaleza assinaram acordo de cooperação técnica com objetivo de disseminar o acesso à Justiça e de promover, junto aos públicos assistidos pela Cáritas, ações de capacitação e mediação de conflitos. Na ocasião, foi realizada reunião entre os representantes das Cáritas de outros municípios do Ceará e os juízes federais Bruno Carrá, Gisele Sampaio Alcântara e Leonardo Resende para alinhar o planejamento de atividades.
O diretor do Foro, juiz federal Bruno Carrá, salientou que a iniciativa promove a função social do Poder Judiciário de apaziguar conflitos: “à Justiça não compete apenas julgar processos, mas promover, em última instância, a paz social, atuando também na fase pré-processual”, disse. O magistrado também espera que, com a iniciativa, os jurisdicionados se aproximem da JFCE, desmistificando a ideia de que o Judiciário é um Poder afastado da sociedade e promovendo acordos semelhantes com diversas organizações sociais, uma vez que o convênio para parcerias nessas atividades está disponível para qualquer entidade civil sem fins lucrativos e manifestamente idônea, seja ela religiosa ou não. O acordo não envolve repasse de recursos públicos.
Para a juíza federal Gisele Chaves Sampaio Alcântara, é importante promover esta proximidade com a população, pois possibilita que pessoas em posição de risco social tenham acesso a bons exemplos e outras alternativas para as suas vidas, abrindo possibilidade de resgate desses cidadãos e sua reinserção de forma positiva na sociedade.
Representando a Cáritas Arquidiocesana de Fortaleza, o padre Luiz Fernando Martins Cabral, que atua também como juiz eclesiástico, falou sobre as semelhanças entre o Direito Canônico e o Direito Civil, ressaltando que as codificações sempre foram publicadas nos mesmos períodos. “Dom Helder Câmara dizia que onde está o problema, está a solução. Assim, é muito importante trabalharmos juntos, pois temos objetivos semelhantes de favorecer à vida humana e promover os ideais de Justiça divina”, explicou.
Relatos
Além da assinatura do acordo, a reunião foi marcada pela apresentação de representantes das Cáritas de outros municípios, que relataram suas rotinas de trabalhos com catadores, indígenas, famílias em situação de risco e usuários de drogas. As situações foram consideradas com objetivo de elaborar, posteriormente, as soluções de mediação de conflitos ou de capacitação.
A juíza federal Gisele Chaves Sampaio Alcântara, que também assinou o acordo como testemunha, relatou sua experiência pessoal com a Justiça Federal no Ceará, onde também atuou como estagiária e servidora. “Eu vim do interior do Ceará, de uma cidade chamada Ipueiras, e, ao estagiar aqui na JFCE, tive a chance de mudar minha vida e conhecer exemplos diferentes, que possibilitaram que eu chegasse até aqui hoje”, disse.
Após a reunião, foi exibido um filme institucional que discorre sobre o trabalho da JFCE e conduzida visita às instalações do edifício-sede. O vídeo pode ser conferido neste link: goo.gl/oUEVuv