Nessa sexta-feira, 06/03, a Justiça Federal no Ceará (JFCE), com o apoio do Núcleo Seccional da Escola da Magistratura Federal (Esmafe) no Ceará e da Associação dos Juízes Federais da 5ª Região (Rejufe) – Comissão Rejufe Mulheres, promoveu a exibição do documentário “A Juíza”, no 15º andar do edifício-sede.
A entrada foi franqueada a todos os interessados em conhecer a história da juíza Ruth Bader Ginsburg (RBG), que ganhou notoriedade na luta pelos direitos das mulheres, depois de passar por várias experiências de discriminação em sua vida.
Após a apresentação do documentário, foi realizada uma roda de conversa sobre temas relacionados às questões de gênero com a participação das juízas federais Elise Avesque, representando a comissão da Rejufe Mulheres, e Germana Moraes, primeira juíza federal do Ceará, além da professora da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), Juliana Diniz, doutora em Direito do Estado pela Universidade de São Paulo (USP).
O diretor do Núcleo Seccional da Esmafe no Ceará, juiz federal Leonardo Resende, contextualizou a iniciativa à celebração do Dia Internacional da Mulher, ressaltando que “a história dessa mulher fantástica que á a juíza Ruth Bader Ginsburg, da Suprema Corte Americana, será trazida para o debate, bem como as questões que dizem respeito à participação e a sub-representatividade, infelizmente, da mulher no Poder Judiciário brasileiro”.
Ao iniciar a sua participação, a juíza federal Elise Avesque registrou sentir-se honrada em participar do evento, representando a Rejufe Mulheres, ao tempo em que agradeceu “a presença expressiva dos nossos servidores e participantes homens, demonstrando muita sensibilidade em reconhecer a importância do tema”.
Já a juíza Germana Moraes relatou que teve a fortuna de ouvir a notória RBG, na Suprema Corte dos Estados Unidos, em 2016, quando participou de uma conferência internacional da Associação Internacional das Mulheres Juízas. A magistrada ressaltou “que devemos ter um preito de gratidão muito forte pela contribuição que ela traz ao tratamento que o direito confere às mulheres dos Estados Unidos e sua repercussão no mundo”.
A professora Juliana Diniz, a seu turno, ponderou que a sub-representação “é um problema que de fato é absolutamente cotidiano, nos mais variados espaços públicos, sobretudo nos espaços que são histórico e tradicionalmente espaços ocupados por figuras masculinas, como é o caso do mundo do direito. Os parlamentos, os tribunais, os gabinetes do executivo são espaços marcadamente masculinos, nas suas presenças, nos seus códigos, nos seus protocolos, apesar de termos hoje um número muito mais expressivo de mulheres transitando nesses espaços, mas boa parte dessas mulheres teve que se adaptar e se adequar a esses códigos e a esses protocolos para serem aceitas”.
O Diretor do Foro da JFCE, juiz federal Alcides Saldanha, salientou que o documentário “é uma oportunidade para refletir um pouco ao conhecer a história da juíza RBG e ver sua capacidade de, em um determinado momento, se superar, quebrar paradigmas, e ser realmente precursora”.