Juiz Federal Marcos Mairton tem cordéis publicados em relatório da ONU
Nem só de decisões viverá a Justiça, mas sim de toda arte e sensibilidade. Parafraseando o homem que mais lutou pela paz e por valores como respeito, humanidade e tolerância, podemos entender a escolha do tema desta edição do Relatório de Desenvolvimento Humano Brasileiro 2009/2010: “Valores Humanos e Desenvolvimento”.
A grande novidade do Relatório nesta edição é a forma de divulgação dos seus dados. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD optou pela Literatura de Cordel, instrumento bastante conhecido no Nordeste.
Quem está presente para enriquecer a publicação é o Juiz Federal Marcos Mairton, titular da 23ª Vara em Quixadá, com textos criativos que encantaram a equipe do Programa.
Um dos cordéis escritos por ele é “Zé Penudo”, que conta a história de um menino que tinha vontade de fazer alguma coisa para melhorar o mundo. “Zé Penudo” é um personagem inspirado no nome do Programa e seu sonho baseia-se na missão do PNUD.
O Relatório ainda não foi divulgado, mas um trecho desse verso está disponível na última edição da Revista “CAPACIDADES: Projeto para o Desenvolvimento Humano Local”.
Segundo o PNUD, a idéia de usar o cordel é única na história dos Relatórios de Desenvolvimento Humano em todo o mundo e pode estimular uma nova reflexão sobre o papel do cidadão na formulação e divulgação de informações de interesse público.
A bela iniciativa pretende utilizar a Literatura de Cordel como instrumento de linguagem fácil, simples, rápida, popular, divertida, estimulante e de fácil acesso.
Os versos foram escritos nos dias 16 e 17 de outubro de 2010, no Hotel das Fontes, na cidade de Barbalha, durante encontro com cerca de vinte cordelistas de oito estados brasileiros, promovido pela ONU.
O tema “Valores Humanos e Desenvolvimento” foi escolhido seguindo uma visão de desenvolvimento participativa e inclusiva, respeitando a voz e a deliberação humana.
Uma proposta inédita no Brasil e no mundo, na qual o Órgão questionou a população: “o que precisa mudar no Brasil para a sua vida melhorar de verdade?”. Mais de meio-milhão de pessoas, de todas as partes do país responderam que precisamos de mais respeito, mais responsabilidade, mais humanidade, mais tolerância, etc.
O conteúdo dos cordéis passa a ser um processo construído em parceria com os próprios cordelistas. A meta do Programa é combinar o saber acadêmico, que para esse Relatório reuniu mais de 100 especialistas nacionais e internacionais, com o saber popular, que é objetivo, prático e inspira a ação.
Arte e Sensibilidade
Ao citar que “nem só de decisões vive a Justiça”, lembramos de todos os magistrados que, além dos seus trabalhos diários, dedicam-se a arte vinculada aos valores humanos e à Justiça. O cordel é uma dessas manifestações artísticas, que no caso de “Zé Penudo”, nos faz pensar e agir com respeito e tolerância, sempre pensando no próximo. Esta é a função da Justiça.