Todos os envolvidos no maior furto a banco da história do país já foram identificados e processados pela Justiça Federal no Ceará
Passada uma década, os números revelam a eficiência no julgamento ao caso do furto ao Banco Central de Fortaleza: foram 28 ações penais, 133 denunciados e 94 condenados. Segundo o juiz federal Danilo Fontenelle Sampaio, que esteve à frente do caso, esse resultado só foi possível pela soma dos esforços da equipe da 11ª Vara da Justiça Federal no Ceará, da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Procuradoria do Banco Central. Hoje, todos os envolvidos no furto já foram identificados e julgados. Nas duas últimas ações penais, em fase final de julgamento, os denunciados respondem apenas por lavagem de dinheiro e residem em outros Estados.
O Furto
A ousadia chamou a atenção de todo o País e foi manchete inclusive na imprensa internacional. Entre os dias 5 e 6 de agosto de 2005 a caixa-forte do Banco Central de Fortaleza foi invadida. Cerca de R$ 164 milhões, em notas de cinquenta reais, foram levados por meio de um túnel com 80 metros de extensão, sob uma das avenidas mais movimentadas da Capital. Como os alarmes não foram disparados e as câmeras não capturaram nenhuma movimentação, a descoberta do furto só veio na manhã do dia 8, uma segunda-feira.
Investigações e Julgamento
“O interessante é que em toda a investigação nenhum tiro foi disparado pela polícia”, destaca o juiz federal Danilo Fontenelle. O trabalho conduzido pelo delegado da Polícia Federal Antônio Celso dos Santos foi baseado em técnicas avançadas de investigação, inteligência e em muita informação. Ao longo de cinco anos, apesar da ausência de delações, todos os envolvidos no furto foram identificados e dezenas de bens foram apreendidos, nas mais diversas partes do Brasil. Foram realizadas centenas de investigações com as mais modernas técnicas, incluindo monitoramento telefônico e exigiram muita agilidade da Polícia e da Justiça, pois os réus ficavam no máximo dois dias com o mesmo número e deslocavam-se constantemente.
As investigações ramificaram-se por todo o país e em Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Maranhão e outros Estados, foram localizados carros, motos, caminhões, equipamentos eletrônicos, fazendas, casas, terrenos, animais, entre outros. De outubro de 2007 a agosto de 2012, a 11ª Vara Federal organizou 57 leilões, que resultaram na recuperação de R$ 10.350.049,51. Este valor corresponde a cifras de lavagens bem superiores, uma vez que os criminosos costumam pagar quantias superfaturadas nos bens que adquirem. Quantias que não conseguem ser alcançadas em leilões.
Durante o andamento das 28 ações penais do furto ao Banco Central, tramitava também na 11ª Vara da Justiça Federal no Ceará uma média mensal de 600 outros processos. A equipe liderada pelo juiz federal Danilo Fontenelle Sampaio Cunha, que é basicamente a mesma desde 1999, sempre comprometida e eficiente, continuou a trabalhar com o afinco habitual para garantir o andamento rápido e eficaz das ações. As audiências eram literalmente ininterruptas, iniciando às 8h30 e seguindo até às 18h. As comunicações com Polícia Federal, Ministério Público, Defensoria Pública e advogados tinham ritmo célere. Com respeito a todos os ritos e seguindo estritamente os prazos processuais, a tramitação e o julgamento das ações penais foram modelo de celeridade e eficiência.
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Principais Sentenças:
– Processo nº 2005.81.00.014586-0
– Processo nº 2006.81.00.009709-1