Com linguagem simples e abordagem instigante, a publicação tem conquistado leitores nos mais diversos setores da sociedade
O título é provocador: “Abrindo a caixa-preta: por que a Justiça não funciona no Brasil?”. Segundo o autor, o juiz federal Nagibe de Melo Jorge Neto, o título é uma ironia. “As pessoas conhecem mal o Poder Judiciário. O sistema de Justiça ainda contém muitas disfunções, mas pouca gente sabe a que se devem essas disfunções e não se dão conta de que muitas pessoas, juízes, servidores, advogados, trabalham para o aperfeiçoamento do sistema”, destaca. Há treze anos na magistratura federal, alguns deles participando de atividades associativas, o autor diz que se sentiu chamado a enfrentar essas questões.
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O livro tem linguagem leve, conta casos inusitados e chega a ser divertido. Essa abordagem fica clara já no sumário, que apresenta capítulos provocativos como: Lampião, Lula e a Caixa-Preta do Poder Judiciário; Sobre o sexo dos anjos e os milagres que eles podem operar; e A centopeia preguiçosa. Só para citar alguns. O objetivo é apresentar os problemas da Justiça ao grande público e ampliar o debate ao redor de temas como a inefetividade, a impunidade e o combate à corrupção, entre outros. O autor considera que muitos desses assuntos são mal compreendidos até pela academia e pelos professores de direito. “A sociedade precisa entender o funcionamento do Poder Judiciário. Só assim poderá cobrar corretamente”, afirma Nagibe de Melo.
A leitura chama a participar desse debate, entender o funcionamento do Poder Judiciário e dos demais órgãos que compõem o nosso sistema de Justiça. Mostra que temos boas leis no Brasil, mas precisamos todos entender por que é tão difícil fazer cumprir e respeitar as leis e por que é fácil escapar delas. É um convite a refletir sobre perguntas que frequentemente fazemos. Por que somos tão injustos? Por que o Brasil é o país da impunidade? Por que as leis não são cumpridas? Passados mais de 10 anos da reforma do Poder Judiciário, a sociedade ainda procura respostas a essas perguntas. Talvez essa leitura nos ajude a encontrar alguns caminhos para as respostas.
“Em linguagem clara e descontraída, despida de tecnicismos, Nagibe parece dialogar com o leitor, prevendo as objeções que podem ser feitas ao que afirma e respondendo-as logo em seguida. Oferece, desse modo, a visão sincera de um magistrado crítico e consciente das dificuldades enfrentada sem seu ofício, mas que acima de tudo está preocupado em superá-las. O trabalho do Poder Judiciário tem repercussões na vida de cada brasileiro,mesmo daqueles que não têm o Direito como profissão ou estão pessoalmente envolvidos em questões judiciais. Se ele precisa ser aprimorado, a melhor forma de fazê-lo não é a crítica irresponsável, mas aquela que procura partir de um adequado conhecimento do tema, trazendo-o para o centro dos debates públicos, de forma franca e não corporativa, caminhada para a qual o livro de Nagibe representa passo da maior importância.”, afirma o Professor Doutor da Universidade Federal no Ceará, Hugo de Brito Machado Segundo.
“Trata-se de leitura leve e saborosa, acessível ao público leigo, sem comprometer, porém, a profundidade das análises empreendidas pelo autor. Recomendo a obra a todos os que queiram conhecer um pouco mais a realidade do funcionamento do Judiciário, que o autor desvela com a acuidade que lhe é característica.”, destaca o juiz federal André Dias Fernandes.
“Dr. Nagibe, com seu estilo, torna a leitura uma tarefa realmente agradável. Tem um quê de lúdico, e explica de forma muito didática como funciona o Poder Judiciário, e outras instituições brasileiras. Qualquer cidadão pode compreendê-lo, e seu jeito divertido de expor os fatos faz cair a barreira da falta de comunicação e aniquila totalmente a antipatia que muitas pessoas nutrem, às vezes, por integrantes dos Poderes do Estado. Leitura imperdível! Recomendo, sem ressalvas!”, enfatiza a servidora da JFCE Ana Celia de Carvalho.